domingo, 15 de maio de 2016

Dossiê: Parlamentares e sua atuação ante a pauta ambiental



Número 1: Blairo Maggi

Acusado de desmatar deliberadamente a Amazônia, em 2006 o agora ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ganhou o Troféu Motossera de Ouro, do Greenpeace. “Maggi fez por merecer”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia do Greenpeace: “Com dois anos de governo, sua principal façanha foi transformar o Estado do Mato Grosso em campeão do desmatamento, responsável por 48% do total em toda a Amazônia Legal”.
Na época Maggi ainda não se preocupava com o desmatamento. Eleito governador de Mato Grosso pelo PPS em 2002, no ano seguinte ele declarou ao jornal The New York Times que “um aumento de 40% no desmatamento da Amazônia não significa nada. Não sinto a menor culpa pelo que estamos fazendo por aqui”. Dois anos depois, teria declarado numa reunião de governo: “Esse negócio de floresta não tem futuro”.
Reeleito em 2006, com 65,4% dos votos, começou a dar mais atenção à questão ambiental. Suas empresas começaram a colecionar certificados de adequação a normas internacionais. “No começo da minha gestão não dei prioridade à política ambiental. Foi o maior erro que cometi”, disse: “Se pegarem os números de depois que eu saí, verão que houve redução de 90% no desmatamento. É possível aliar produção e preservação”.
Nascido em 1956, filho do fazendeiro André Maggi, Blairo graduou-se em agronomia pela Universidade Federal do Paraná (seu prenome se inspira em um integrante de dupla sertaneja que fazia sucesso na época, Blairo e Clairon). Nos anos 70, a família se mudou para o cerrado matogrossense, onde enriqueceu plantando soja. 
A carreira política de Blairo começou em 1994, quando foi eleito suplente do senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), para cuja campanha doou R$ 300 mil. Em 1999, ele assumiu a cadeira de Jonas por quatro meses e decidiu seguir na política. Filiou-se ao PPS e conseguiu se eleger no primeiro turno, na época em que o partido lançou Ciro Gomes à Presidência. Em 2006, reelegeu-se também no primeiro turno, mas o partido o expulsou porque ele deu apoio à candidatura de Lula, e não ao tucano Geraldo Alckmin.
Ao final de seu mandato, elegeu-se senador pelo PR, com 37% dos votos válidos. Em 2013, tornou-se presidente da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado, em meio a muitas críticas dos ambientalistas. Na época, disse que os ataques eram injustos e que tinha grande preocupação com o meio ambiente.
Não é bem assim: Maggi foi relator de uma Proposta de Emenda Constitucional que retira a  exigência de licenciamento ambiental para a realização de obras: o texto diz que nenhuma obra poderá ser suspensa ou cancelada se o próprio empreendedor apresentar um Estudo de Impacto Ambiental. A PEC foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado no último dia 27 de abril. O Ministério Público Federal reagiu e disse que a proposta de emenda viola cláusulas pétreas da Constituição.
Na esfera política, Maggi rompeu com o governo Dilma em março do ano passado, depois de esperar muito tempo um convite para o Ministério da Agricultura. Em novembro de 2015, anunciou que iria se filiar ao PMDB, mas voltou atrás. Convidado por Michel Temer para a pasta da Agricultura, filiou-se ao PP no último dia 11. FONTE

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